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Mostrando postagens de março, 2021

entretanto

 enfim, fomos abrigados pelo sistema visto que o instituto criado para os refugiados do ultramar já tinha sido extinto, já toda a gente tinha vindo das áfricas e os que restavam, como nós seriam tratados "accordingly". Fomos transferidos de Alcântara para S. Domingos de Rana e lá ficámos até Dezembro de '78 quando nos aventurámos em direcção ao Minho onde vivemos até ao dia de hoje, na Paz do Senhor... Cristelo mais propriamente, foi a aldeia preferida da matriarca para assentar arraias e... Cristelo foi até 1980, vivendo de agricultura, semeando milho com aquele arado engraçado de uma rodinha só e uma lata sobreposta onde se depositava o grão que cairia da mesma para o chão por um tubo, compassadamente para que não nascessem encavalitados, mas a velocidade do camponês teria que ser a certa senão só se semeava metade da leira... e eu tinha que ir a Caminha, a pé, por caminhos escuros como bréu, apanhar o comboio das 20h que me levaria de volta à minha realidade, à que eu

retornados ....

  .... o ano de Jesus Cristo de ´77 estava a começar quando recebemos a confirmação de voo para a metrópole... ficámos extasiados pois era o que mais queríamos, ansiávamos, não só face aos acontecimentos que nos rodeavam e de que nos dávamos conta como também do "diz que disse" que nos assolava diariamente. Era Verão donde vínhamos, estávamos habituados a calções e t-shirt a maior parte das nossas vidas e até a nossa pele ficava bronzeada mais facilmente logo aos primeiros dias de sol, não precisávamos espraiar, o dia a dia era o suficiente. Isto tudo para me relembrar que a 17 de Janeiro pelas 8h30m (dia de aniversário da nossa Mãe) quando metemos o nariz fora do avião apanhámos todos a primeira gripe das nossas vidas, não tardou muito, um a um cairmos todos à cama.... "todos" não era a tragédia mas a nossa Mãe incluída é que era trágico (quem iria tomar conta de nós ?!) perdemos logo todos o norte, nosso Pai principalmente.